A indignação está na moda (II)

Se as associações académicas e de estudantes fossem mais do que simples trampolins para malta das jotas, poderiam fazer algo mais do que protestar contra os cortes na Acção Social e o eventual aumento das propinas. É certo que a indignação é mais simples e garante maior retorno mediático, mas situações de emergência exigem soluções de emergência. Nos anos 50, por exemplo, a Associação dos Estudantes do Instituto Superior Técnico (AEIST) geria uma Caixa de Empréstimos de Honra e Subsídios, que «constituía um importante mecanismo de apoio social aos associados mais carenciados, mediante a concessão de empréstimos» isentos de juros. Embora a única garantia fosse a assinatura de um compromisso de honra, de forma geral os beneficiários cumpriam. Até porque, segundo um antigo dirigente, «as pessoas sabiam que se não cumprissem, prejudicavam outros». No ano lectivo de 1953/54, os beneficiários ultrapassavam 10% do total de alunos inscritos no IST. Actualmente existem bolsas de Acção Social, embora não abranjam todos os estudantes em dificuldades. Quantos poderiam encontrar solução num mecanismo deste tipo?

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