Dead Combo



«Esse Olhar Que Era Só Teu», Dead Combo.

O Fado é muito mais do que uma voz lúgubre ou o dedilhar de uma guitarra portuguesa. É um espírito, ultrapassa estilos e géneros, e pode viver nas paragens mais inesperadas. No caso dos Dead Combo é talvez a maior referência, embrenhada numa série de influências aparentemente inconciliáveis, do western-spaghetti ao tango argentino e à morna cabo-verdiana. Conheci-os em 2008, um pouco antes de Lusitânia Playboys. Durante muito tempo, tempo demais, foram um dos segredos mais bem guardados da música portuguesa. Não tão bem guardado quanto isso, porque os concertos iam enchendo, como naquela noite memorável no Tivoli, no Vodafone Mexefest do ano passado, em que a sala abarrotou para ouvir as melodias da dupla, no meio de uma aura enigmática e fantasmagórica. No entanto, a consagração pública só chegou este ano, depois de servirem de banda sonora a No Reservations, acompanhando Anthony Bourdain na descoberta da gastronomia de Lisboa. Como sempre, foi preciso um estrangeiro elogiar uma coisa nossa para repararmos nela. É o nosso fado.

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