Revolução Cultural

Após encerrar as suas três lojas na Grécia, a FNAC prepara-se para abandonar Itália. No entanto, segundo  a filial portuguesa, "a notícia do encerramento da FNAC italiana não terá qualquer implicação na estrutura e no plano de expansão da FNAC em Portugal". Podemos dormir descansados. Afinal, ao nível de vendas, Portugal representa o terceiro mercado do grupo, à frente de países como a Bélgica e a Suíça. Uma verdade inconveniente é que a FNAC fez mais pela cultura no nosso país do que muitos subsídios ao teatro, às artes e às «performances». Muitos queixam-se da forma agressiva como esta rede entrou em Portugal, com uma política de esmagamento de preços que exterminou quase toda a concorrência, ao ponto de actualmente em Lisboa subsistir apenas uma mão cheia de pequenas lojas dedicadas à venda de música. Ainda assim, a FNAC veio revolucionar o acesso aos bens culturais, com uma rede descentralizada de lojas a disponibilizar uma grande variedade de literatura, música e cinema, a preços razoavelmente competitivos. Hoje, um adolescente de Viseu pode adquirir facilmente «O Coração das Trevas» de Conrad, por 9,90 euros. Haverá melhor exemplo do que este?

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